
Primeiro de AbrilA data de hoje não poderia passar em branco. Hoje, com um carro de som, em frente à estação de trem, durante mais de duas horas, homenageei o prefeito de nossa cidade. Os motivos são óbvios, os mesmos de sempre: mentira eleitoral. Francisco Pereira de Souza, o Testinha, entre muitas promessas, garantiu reduzir a tarifa do ônibus municipal e implantar o bilhete único. O fato é que após as eleições a tarifa aumentou. Quem aumentou a tarifa? O Testinha? Não. Pelo menos oficialmente. Quem aumentou, oficialmente, foi o ex-prefeito Roberto Marques. Então o Testinha não tem nada a ver com o aumento? Isso é o que ele queria fazer com que todos acreditassem, mas, na verdade, o Testinha tem tudo a ver com o aumento.
Testinha é um político “esperto”. Daquele tipo que, insatisfeito em enganar muitas pessoas ao mesmo tempo, imagina poder enganar a todos o tempo todo. Vamos à análise dos fatos para entendermos o que se passou “nos bastidores”.
O ex-prefeito manteve por muito tempo a tarifa em R$2,20. Sabemos que um aumento de tarifa desgasta politicamente o prefeito que a autoriza; isso talvez explique porque o Roberto Marques não ousou aumentar a tarifa, ou melhor, não ousara até o dia 31 de dezembro de 2008, o último dia de seu mandato. Neste trecho de nossa análise entra uma pergunta que exige resposta e reflexão: por que o prefeito, derrotado nas urnas, usaria suas últimas horas de mandato para tomar a impopular atitude de aumentar a tarifa sabendo que, de acordo com a campanha eleitoral do vencedor, ele seria desautorizado por seu sucessor poucas horas depois? A resposta é simples: porque sabia que o Testinha, o prefeito eleito, não pretendia reduzir o preço da tarifa!
A verdade: durante as últimas semanas de 2008, o Testinha, atual prefeito, passou horas e horas em reuniões intermináveis com o Roberto Marques, o candidato derrotado. Juntos trataram da transição do governo. Entre as questões, certamente, trataram da tarifa e da promessa do Testinha de reduzi-la. A prova mais evidente é que, de acordo com informações do jornal
Diário do Alto Tietê, Testinha admitiu ter discutido o aumento da tarifa em reunião com então prefeito Roberto Marques.Afinal, se o aumento da tarifa do ônibus é uma medida impopular por que, nas últimas horas de seu governo, o Roberto Marques assumiu este desgaste político para beneficiar o Testinha, o seu maior desafeto político?
O aumento da tarifa de ônibus foi, na verdade, o primeiro ato do governo Testinha, um ato oficioso nascido de um acordo promíscuo envolvendo o ex-prefeito Roberto Marques, o Testinha e a Radial Transportes, a empresa beneficiada diretamente pelo aumento da tarifa. Um acordo onde todos ganharam exceto a população que, aliás, foi quem pagou a conta.
Em tempo: quais os termos deste acordo sigiloso? Eis a parte da história que a população, os usuários do transporte público e todos nós continuaremos sem saber.
E, nesta história toda, onde fica a promessa de redução da tarifa?
Ah, sim... Primeiro de Abril!